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Citações de Chögyam Trungpa Rinpoche


O jogo do autoengano

Autoengano significa tentar recriar uma experiência passada vez após vez, em vez de realmente vivenciar a experiência no momento presente. De forma a ter a experiência agora, seria preciso abandonar a avaliação de que o passado tenha sido tão maravilhoso, uma vez que é esta memória que a mantém à distância. Caso tivéssemos a experiência de forma contínua, seria bem comum, e é essa qualidade comum que não conseguimos aceitar. Nos mantemos ocupados lembrando a maravilhosa experiência de abertura que tivemos no passado. Este é o jogo do autoengano. (AME)

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Disciplina diz respeito a abandonar a busca por diversão. (TPIL)

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Voltando ao mundo

É preciso ir além da dualidade, e ao mesmo tempo é preciso ir além da não dualidade. É preciso retornar para a dualidade: este é o objetivo final. É como nas figuras do boiadeiro: no final, retornamos ao mundo, de barriga cheia com o boi atrás. Aquela imagem, retornando ao mundo, é o ponto final. Temos a dualidade; então descobrimos a não dualidade devido à dualidade; e aí transcendemos tanto a não dualidade quanto a dualidade por causa delas mesmas. (TCSK)

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A meditação não é um sedativo, é um laxante.

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Ignorância é o estado de ter um objetivo, objeto ou finalidade particular em mente. E esse objetivo e objeto, essa mente-orientada-a-um-fim, se torna extremamente insuportável, de forma que não se consegue reconhecer a situação ao redor. Isso é a ignorância. A sua mente está tão profundamente preocupada com o que quer, que nem mesmo reconhece bem o que está ali. (TM)

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Samaya

Samaya não tem nada a ver com manter algum território em particular. É por isso que compreender o sentido de samaya é tão importante. Samaya é uma ausência de território que é capaz de cortar completamente todos os tipos de falsidades e mentiras. Uma vez que não há território, não há ganho nenhum, nem liberação.

O guru é, deste ponto de vista, o executor, e ao mesmo tempo o guru é a pessoa que o inspira. O guru é o iniciador ou o preceptor da abhisheka, aquele que é capaz de nos levar ao reino do corpo, fala e mente de nossa natureza búdica inerente. O guru pode fazer essa natureza búdica vir à tona.

A experiência completa do samaya só pode ocorrer totalmente quando o aluno recebe iniciação. Ainda assim, o princípio básico do samaya surge quando se está prestes a entrar na disciplina do vajrayana, quando se está prestes a começar a prática.

Neste ponto já há um laço formado, que consiste na sua própria confiança nos ensinamentos, e na confiança do professor em sua sinceridade. Combinar estes dois aspectos da confiança – o do aluno e o do professor – é o que cria o mundo Vajra. Há um sentido de compromisso, e uma disposição de aceitar o mundo vajra e saltar nele. Este compromisso parece muito importante, mesmo antes do aluno decidir praticar o ngondro, ou qualquer outra prática preliminar.

O princípio do samaya é atar; é um voto que existe entre o aluno e o professor. Basicamente, o mestre vajra e o aluno do Vajrayana se unem num caso amoroso instigado pelas várias deidades tântricas.

No Vajrayana, estudamos e trabalhamos com diferentes princípios de deidades, e nos tornamos parte de seu mundo, mas isto não está baseado no culto a nenhum deus.

As deidades tântricas são parte de nossa natureza inata, enquando brilha por todas as coisas e é vivenciada. No vajrayana, estamos celebrando essa experiência de forma adequada e completa. É bastante comovente.

A força inerente no laço samaya está baseada no fato de que ninguém está enganando ninguém. É a realidade no sentido mais completo. O mestre vajra e o aluno vajra tomaram o voto de mútuo acordo, e caso o mestre vajra ou o aluno vajra violá-lo, ambos sofrerão nos reinos inferiores: no reino dos animais, no reino dos infernos, ou no reino dos fantasmas famintos. Portanto, esse laço em particular, o samaya, é muito importante e poderoso.

O interessante no que diz respeito ao laço samaya é que quanto mais liberdade se vivencia, mais atado se fica. Quando mais se desenvolve abertura e o soltar-se de ou abandonar o ego, na mesma medida aumenta o compromisso com o mundo da sanidade. Portanto, aluno e professor seguem atados juntos eternamente.

O samaya não só nos ata por fora, como um cinto que se pode colocar, mas ao mesmo tempo nos ata por dentro. Caso abandonemos o laço, nos descobrimos sobre a boca de um coletor de lixo, prestes a sumir pelo ralo. Porém, caso alguém mantenha o laço constantemente, e permeça atados em união ao professor, os dois seguem em frente em sua jornada.

Podemos na verdade aceitar isso e nos erguer no mundo vajra, cheios de deleite, confiança, e sanidade. E finalmente, transcendemos o mundo vajra, e vamos além até mesmo do nível dharmakaya, e atingimos sanidade absoluta. Neste momento, o laço é desfeito, e nos unimos com a sabedoria coemergente. (TPIW)

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Em conclusão, uma vez que já desmascaramos a mística dos renascimentos, eu acho que deveria articular bem minha própria situação e intenções. Se alguém perguntar se este Trungpa é real ou irreal, se pode dizer, quem liga pra isso?

Baseado numa compreensão de renascimentos abençoados, mesmo o décimo Trungpa não era realmente “real”. Nem mesmo o primeiro Trungpa era real, assim que ele se tornou o segundo. Sempre há dualidade. Eu não acho que a linhagem dos Trungpa continuará depois desta vida. Nem mesmo sei se serei budista na próxima vida. Eu seria, pelo menos em essência, mas quem pode dizer? Se não houver mais tulkus do Trungpa depois de mim, então o que acontece com aquela energia, aquela energia de tulku do Trungpa? Apenas morre? Eu acho que neste caso, embora eu não tenha intenção de continuar a linhagem dos Trungpa, a energia aida estará ali.

Quando você dá essa energia para outra pessoa, você não a entrega como um presente; você a irradia. Mas tendo feito isso, você tem a mesma quantidade de energia que tinha antes, exatamente o mesmo volume. Então a energia não é uma entidade separada. Um raio de sol que passa pela janela não é diferente do próprio sol.

Eu posso individualmente corporificar a energia Trungpa, mas não de forma independente. A energia Trungpa toma diferentes pessoas em momentos diferentes.

Na verdade, eu espero retornar no Japão como um cientista. Então talvez, quando eu retornar, um dos meus alunos me apresente os livros Meditação em Ação ou Além do Materialismo Espiritual. E aí podemos seguir a partir disso.

The Tantric Path of Indestructible Wakefulness

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As Estações da Vida

Há momentos para cultivar e criar, quando você cuida do seu mundo e dá luz à novas ideias e empreendimentos.

Há momentos de florescimento e abundância, quando a vida se sente em plena floração, energizada e em expansão.

E há momentos de fruição, quando as coisas chegam ao fim. Elas atingiram seu clímax e devem ser colhidas antes que elas comecem a desaparecer.

E, finalmente, é claro, há momentos que são frios, cortantes e vazios, momentos em que a primavera de novos começos parece um sonho distante.

Esses ritmos na vida são eventos naturais. Eles se entrelaçam enquanto o dia segue a noite, trazendo, não mensagens de esperança e medo, mas mensagens de como as coisas são. (OD)

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O que é bonito no budismo, se me permitem dizer, é que os budistas não tentam trapacear. Eles apenas apresentam o que dispõe, dizem o que é exatamente como é, e a partir disso é pegar ou largar. (TPDA)

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AME - Além do Materialismo Espiritual
TPIW - The Tantric Path of Indestructible Wakefulness
TCSK - The Teacup and the Skullcup
TPIL - The Path of Individual Liberation
OD - Ocean of Dharma
TPDA - True Perception Dharma Art

Pema Chodron é uma monja estadunidense da linhagem Kagyu do Budismo Tibetano, e é diretora da Abadia Gampo, em Cape Breton, Nova Scotia. Foi aluna do falecido Chogyam Trungpa Rinpoche e em 1974 recebeu ordenação como noviça de Sua Santidade Gyalwa Karmapa. A editora Helen Tworkov conduziu esta entrevista para a Tricycle em Nova Scotia em Junho de 1993.tzal.org

Além do Certo e do Errado

Pema Chodron é uma monja estadunidense da linhagem Kagyu do Budismo Tibetano, e é diretora da Abadia Gampo, em Cape Breton, Nova Scotia. Foi aluna do falecido Chogyam Trungpa Rinpoche e em 1974 recebeu ordenação como noviça de Sua Santidade Gyalwa Karmapa. A editora Helen Tworkov conduziu esta entrevista para a Tricycle em Nova Scotia em Junho de 1993.
Autoengano significa tentar recriar uma experiência passada vez após vez, em vez de realmente vivenciar a experiência no momento presente. De forma a ter a experiência agora, seria preciso abandonar a avaliação de que o passado tenha sido tão maravilhoso, uma vez que é esta memória que a mantém à distância. Caso tivéssemos a experiência de forma contínua, seria bem comum, e é essa qualidade comum que não conseguimos aceitar. Nos mantemos ocupados lembrando a maravilhosa experiência de abertura que tivemos no passado. Este é o jogo do autoengano. ~ Chögyam Trungpa em Além do Materialismo Espiritualtzal.org

O jogo do autoengano

Autoengano significa tentar recriar uma experiência passada vez após vez, em vez de realmente vivenciar a experiência no momento presente. De forma a ter a experiência agora, seria preciso abandonar a avaliação de que o passado tenha sido tão maravilhoso, uma vez que é esta memória que a mantém à distância. Caso tivéssemos a experiência de forma contínua, seria bem comum, e é essa qualidade comum que não conseguimos aceitar. Nos mantemos ocupados lembrando a maravilhosa experiência de abertura que tivemos no passado. Este é o jogo do autoengano. ~ Chögyam Trungpa em Além do Materialismo Espiritual
Ignorância é o estado de ter um objetivo, objeto ou finalidade particular em mente. E esse objetivo e objeto, essa mente-orientada-a-um-fim, se torna extremamente insuportável, de forma que não se consegue reconhecer a situação ao redor. A sua mente está tão profundamente preocupada com o que quer, que você nem mesmo reconhece bem o que é. ~ Chögyam Trungpa, de Transcending Madnesstzal.org

Objetivo insuportável

Ignorância é o estado de ter um objetivo, objeto ou finalidade particular em mente. E esse objetivo e objeto, essa mente-orientada-a-um-fim, se torna extremamente insuportável, de forma que não se consegue reconhecer a situação ao redor. A sua mente está tão profundamente preocupada com o que quer, que você nem mesmo reconhece bem o que é. ~ Chögyam Trungpa, de Transcending Madness
Um texto para o relançamento do livro seminal de Chogyam Trungpa Rinpoche, com uma explicação dos três bárbaros do materialismo (materialismo convencional, psicológico e espiritual).Lúcida Letra

O clássico cortante: Além do Materialismo Espiritual

Um texto para o relançamento do livro seminal de Chogyam Trungpa Rinpoche, com uma explicação dos três bárbaros do materialismo (materialismo convencional, psicológico e espiritual).



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